terça-feira, 22 de abril de 2008

Garibaldi quer CPI da Educação para crise no ensino

A crise no ensino poderá ser solucionada com a criação da CPI da Educação. A iniciativa foi anunciada com voz imponente pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), diante de empresários da iniciativa privada e governadores de diversos Estados brasileiros, presentes no 7º Fórum Empresarial de Comandatuba, no Sul da Bahia.

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"O Congresso brasileiro deveria dar mais importância a essa crise educacional que vive o País", atentou. "Se debatemos mensalão, mensalinho, uso irregular dos cartões corporativos, vazamento de gastos com os cartões do governo anterior, o que deveria ser feito é o que ministros vêm propondo há tempos. Vamos fazer a CPI da Educação."

Aplaudido quando deu anúncio de mais uma investigação parlamentar da história do "país das CPIs", Garibaldi pretende que se mostre não apenas o que "está bombando em termos de educação, mas também quem são os réus" por um dos principais dramas brasileiros.

"Hoje tenho o discurso mais mal comportado do País", fez a platéia de 320 pessoas gargalhar. "Mas não pode passar despercebida a realidade: o governo não supre o problema da educação e empresários executam o papel de governantes."

No encontro que teve como pauta as mazelas da educação pública, o ministro da Educação, Fernando Haddad, foi alvo de ataques seguidos por opositores e expoentes do empresariado. Houve constrangimento quando o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) - que prometeu entregar as assinaturas para a abertura da CPI da Educação amanhã - interveio e questionou o Bolsa Família.

Presente no fórum, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu a criação de uma lei de responsabilidade para educação e lançou a proposta de que o financiamento para o setor deveria ser debatido junto à reforma tributária.

Debate
Ao fim do encontro, o governador Jaques Wagner (PT) deixou seu lugar na mesa irritado com os comentários do presidente do Ponto Frio, Manuel Miranda. Miranda criticou a posição dos governos estaduais frente à educação e sugeriu a todos os governadores colocarem seus filhos numa escola pública para notarem a ineficiência do ensino. O governador baiano rebateu ao exaltar o melhor momento do país e cobrar empenho do empresariado.

"Com esse discurso o senhor não contribui para o debate", enfureceu-se. "Querer imputar à classe política as mazelas do País é negar o lugar da política, sem a qual, só sobra o autoritarismo."

Wagner lamentou que a Bahia apresente um dos piores índices de educação do Brasil. No Estado, há 2 milhões de analfabetos acima de 15 anos de idade.

JB Online 22/04/2008

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