quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para garantir oferta, governo eleva preço mínimo do feijão

por Arnaldo Galvão
do Valor Econômico

Preocupado com os aumentos dos preços dos alimentos, o governo vai definir preço mínimo de R$ 90 para a saca do feijão. O valor é 91,5% superior ao preço mínimo adotado na atual safra, estimado em R$ 47 - inferior ao custo de produção, hoje em R$ 70. Essa é uma das principais mudanças previstas no Plano de Safra 2008/2009 que será anunciado no início de julho. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, depois de uma reunião no Ministério da Fazenda. Outra medida revelada é a da criação de uma linha especial de financiamento de aproximadamente R$ 1 bilhão para recuperação de pastagens degradadas a serem destinadas ao cultivo.

O peso do feijão na inflação é relevante, segundo a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda. Foi de 0,42 ponto percentual a contribuição do feijão nos 5,58 pontos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses.

O objetivo da medida, segundo Stephanes, é evitar a grande variação de quantidades produzidas e, conseqüentemente, dos preços do produto. Ele explicou que, há um ano, a saca do feijão tinha preço de R$ 60, o que estimulou o aumento do cultivo. Com a maior produção e maior oferta, o preço caiu a R$ 38 e voltou a desestimular os agricultores. A oscilação derrubou as quantidades plantadas e o preço da saca saltou para R$ 200. Atualmente, o patamar é o de R$ 150. “Temos de quebrar essa volatilidade. Se o preço de garantia dá um lucro razoável, vamos manter a linha de produção”, afirmou o ministro.

Nenhum comentário: