Do Blog da Magno Martins
Em Fortaleza, a desempregada Patrícia Galvão Camelo, de 33 anos e grávida de seis meses, foi solta após três dias presa em uma delegacia.
O crime de Patrícia foi tentar roubar uma lata de leite.
Presa em flagrante delito antes de consumar o furto, Patrícia disse em depoimento que estava com fome e não tinha dinheiro para pagar o leite.
Não houve condescendência. Ela foi recolhida ao xadrez e, lá estaria até hoje, se a mídia não tivesse divulgado o caso, provocando comoção popular.
“Tem tanta gente aí fora que comete muitos crimes. E eu estou aqui presa, com fome, muita fome. Fome de doer o estômago”, disse Patrícia atrás das grades.
Mas a lei é dura. Pouco importa a fome de Patrícia e da criança ainda em seu ventre.
O delegado que cuidou do caso, um tal Antunes Teixeira, ensinou que não compensaria ao Estado mover a sua máquina processual para condenar Patrícia porque “tudo isso vai custar mil vezes mais que o valor da lata de leite”.
Mesmo assim, a moça ficou presa até uma manifestação concreta do Poder Judiciário.
Este caso traduz com clareza a natureza do modelo político e econômico a que estamos submetidos.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
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