domingo, 25 de maio de 2008

Concurso público para professores ainda provoca controvérsias

Do Blog Acerto de Contas

Vocês devem se lembrar do último concurso para professores da rede estadual aqui de Pernambuco (veja aqui). Aquele mal-fadado e controverso concurso que reprovou 94% dos inscritos.


Pois bem, o post ainda está gerando comentários dos leitores do Acerto de Contas. Muitos não gostaram do meu texto, alegando diversos motivos para suas críticas. Mas, as críticas que me importam não são aquelas diretamente ao meu texto, mas as críticas ao formato concurso.


Também concordo que o modo de avaliação não foi dos melhores. A prova foi dividida da seguinte forma: 10% de língua portuguesa, 40% de Pedagogia e 50% da disciplina específica de cada área.


Também acho que colocar 40% da prova com questões de Pedagogia não foi o caminho certo. Alguns candidatos do concurso alegaram em comentários que responderam corretamente mais de 60% da prova, no entanto levaram corte na parte das questões de Pedagogia.


A Secretaria de Educação vai mesmo precisar rever esse formato, pois ele causou uma celeuma grande entre os candidatos. Para completar, o Governo pintou a cara da maioria dos inscritos de “incompetentes”, e saiu de cena com ares de “rigorosidade” na seleção de seus professores.


O fato é que se a Secretaria está realmente disposta a fazer um crivo em seus quadros, deveria começar avaliando as competências de seus funcionários internos, assentados sossegadamente e com estabilidade nos cargos, seja nas Gere’s ou na própria secretaria.


Acho que muita gente seria reprovada…


Mas, eu também queria falar de outra coisa, sem querer desviar o foco do debate. Hoje eu soube que no Peru, um exame nacional de qualificação de educadores reprovou 99% dos seus candidatos.


A matéria que informa isto é da BBC, e foi publicada na Folha Online. Clique abaixo, caso queira ler a matéria.



Peru “reprova” 99% dos professores do ensino público

da BBC

Uma tentativa do governo peruano de melhorar o nível do ensino público nacional acabou criando uma saia justa e uma crise de pessoal sem precedentes na história do país.

Nada menos que 99% dos professores de todo o ensino público foram reprovados em um exame nacional de qualificação, levando o Ministério da Educação a continuar empregando educadores que, em tese, não estariam capacitados para a função.

Para evitar centenas de milhares de salas de aula vazias, o ministro da Educação, José Chang, foi forçado a anunciar medidas de emergência para manter os professores em seus empregos.

Mais de 180 mil educadores fizeram a prova, apesar dos boicotes e greves organizados por sindicatos que temiam o corte de postos de trabalho.

Os professores dizem que os problemas na educação do país derivam da falta de recursos públicos e dos baixos salários da profissão de docente.

Mas o ministro da Educação defendeu o rigor em relação à capacitação dos professores, e apontou a necessidade de o país melhorar o padrão nacional de ensino.

O repórter da BBC em Lima Dan Collyns disse que, em meio às discussões, “não se cogita nenhuma força-tarefa para combater o problema na base, há apenas uma reiterada recusa oficial de reduzir os requisitos para os professores”.

Segundo o correspondente, o governo peruano sabe que o baixo nível de educação é um sério obstáculo para o desenvolvimento do país.

“Mas a atual política, positiva ao mostrar as limitações dos professores, não parece oferecer uma saída realista para a crise educacional”, ele disse.

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