sábado, 28 de fevereiro de 2009

Pesquisa revela que 66% dos ambulantes do Galo estavam desempregados

Uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Maurício de Nassau revelou um lado do desfile do bloco Galo da Madrugada que poucos foliões se dão conta. A maioria dos vendedores ambulantes que aproveitam a saída do bloco para comercializar comidas e bebidas ao longo do percurso do Galo tem ali uma valiosa chance de conseguir alguma renda para sustentar suas famílias. A entrevista, feita com 300 vendedores no sábado, dia 21, mostrou que 66% dos entrevistados eram desempregados, sendo que 45,8% desse total não tinham um emprego formal há mais de dois anos.

O que motivou esses ambulantes a trabalhar na festa é a oportunidade de ter lucros com suas vendas. À pesquisa, 38% dos entrevistados disseram que a perspectiva de lucro seria de até R$ 200. Já 34% esperaram lucrar de R$ 200 a R$ 500. Para ganhar uma renda mínima vale tudo, inclusive pedir dinheiro emprestado. A pesquisa mostrou que 40,5% dos vendedores pegaram um empréstimo para adquirir os produtos comercializados.

A pesquisa também revelou um problema que pode ser solucionado pelos gestores públicos. Do total de entrevistados, 82,3% afirmaram que não estavam cadastrados para desempenhar a atividade, nem pela Prefeitura, nem pelo Governo do Estado. A baixa qualificação dos vendedores também acende um sinal de alerta. Segundo a pesquisa, apenas 0,3% dos comerciantes possuíam curso superior completo, sendo que a maioria, 34%, não tinha sequer o ensino fundamental.

Para o coordenador de pesquisas do Instituto Maurício de Nassau, Adriano Oliveira, a pesquisa teve como objetivo entender o perfil socioeconômico das pessoas que comercializam durante o desfile do Galo e pode ajudar gestores públicos a organizar essa atividade, gerando renda para esses trabalhadores. “Os gestores podem utilizar essa pesquisa para criar condições para que o comércio seja organizado e apoiar ainda mais eventos desse tipo, porque eles geram oportunidade de renda para famílias”, conclui.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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