Uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Maurício de Nassau revelou um lado do desfile do bloco Galo da Madrugada que poucos foliões se dão conta. A maioria dos vendedores ambulantes que aproveitam a saída do bloco para comercializar comidas e bebidas ao longo do percurso do Galo tem ali uma valiosa chance de conseguir alguma renda para sustentar suas famílias. A entrevista, feita com 300 vendedores no sábado, dia 21, mostrou que 66% dos entrevistados eram desempregados, sendo que 45,8% desse total não tinham um emprego formal há mais de dois anos.
O que motivou esses ambulantes a trabalhar na festa é a oportunidade de ter lucros com suas vendas. À pesquisa, 38% dos entrevistados disseram que a perspectiva de lucro seria de até R$ 200. Já 34% esperaram lucrar de R$ 200 a R$ 500. Para ganhar uma renda mínima vale tudo, inclusive pedir dinheiro emprestado. A pesquisa mostrou que 40,5% dos vendedores pegaram um empréstimo para adquirir os produtos comercializados.
A pesquisa também revelou um problema que pode ser solucionado pelos gestores públicos. Do total de entrevistados, 82,3% afirmaram que não estavam cadastrados para desempenhar a atividade, nem pela Prefeitura, nem pelo Governo do Estado. A baixa qualificação dos vendedores também acende um sinal de alerta. Segundo a pesquisa, apenas 0,3% dos comerciantes possuíam curso superior completo, sendo que a maioria, 34%, não tinha sequer o ensino fundamental.
Para o coordenador de pesquisas do Instituto Maurício de Nassau, Adriano Oliveira, a pesquisa teve como objetivo entender o perfil socioeconômico das pessoas que comercializam durante o desfile do Galo e pode ajudar gestores públicos a organizar essa atividade, gerando renda para esses trabalhadores. “Os gestores podem utilizar essa pesquisa para criar condições para que o comércio seja organizado e apoiar ainda mais eventos desse tipo, porque eles geram oportunidade de renda para famílias”, conclui.
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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