sábado, 28 de fevereiro de 2009

Contracheque co­me­ça a sair com mí­ni­mo rea­jus­ta­do

Aumento co­me­çou a valer em fe­ve­rei­ro e será pago este mês

RA­FAE­LA ­AGUIAR - Folha de Pernambuco
É a par­tir deste fim de se­ma­na que os con­tra­che­ques dos tra­ba­lha­do­res que re­ce­bem seus sa­lá­rios com base no mí­ni­mo co­me­çam a serem rea­jus­ta­dos. O au­men­to co­me­çou a valer no iní­cio de fe­ve­rei­ro, pas­san­do de R$ 415 para R$ 465, re­pre­sen­tan­do um in­cre­men­to de 12% nas con­tas dos em­pre­ga­do­res. Esse im­pac­to vem re­fle­tin­do, desde ja­nei­ro, no nú­me­ro de em­pre­ga­dos do­més­ti­cos de­sem­pre­ga­dos. Segundo o Sindicato dos Empregadores Domésticos de Pernambuco, em re­la­ção ao mesmo pe­río­do de 2008, a quan­ti­da­de de dis­pen­sas che­gou a 5% a mais. Em con­tra­pon­to, para ou­tros se­to­res, por exem­plo, o au­men­to do mí­ni­mo é bem-vindo.
Ao pagar o sa­lá­rio re­fe­ren­te ao mês de fe­ve­rei­ro, o em­pre­ga­dor deve ficar aten­to no mo­men­to de fazer as con­tas de re­co­lhi­men­to pre­vi­den­ciá­rio. Do total a ser des­con­ta­do (8% da parte do em­pre­ga­do e 12% do em­pre­ga­dor), o valor pas­sa­rá de R$ 83 para R$ 93. O vale trans­por­te tam­bém sofre al­te­ra­ções, pas­san­do para R$ 27,90. Se o em­pre­ga­dor tem fé­rias a pagar, terá que pagar R$ 620, re­fe­ren­tes aos R$ 465, pelos 30 dias, e R$ 155, um terço das fé­rias. O FGTS op­cio­nal pas­sa­rá de R$ 33,20 para R$ 37,20. “Desde ja­nei­ro, es­ta­mos re­gis­tran­do de­mis­sões, de­vi­do ao au­men­to do sa­lá­rio”, disse a pre­si­den­te do Sindicato dos Empregadores Domésticos, Eliane Macedo.
As pre­fei­tu­ras tam­bém não re­ce­be­ram muito bem essa no­tí­cia. O in­cre­men­to cau­sa­rá um im­pac­to mí­ni­mo de R$ 373 mi­lhões. Esse le­van­ta­men­to foi feito pela Confederação Nacio­nal de Municípios (CNM), que di­vul­gou o es­tu­do no iní­cio de fe­ve­rei­ro. Com a mu­dan­ça, 118 mu­ni­cí­pios estão amea­ça­dos de ex­tra­po­lar o li­mi­te es­ti­pu­la­do pela Lei de Respon­sa­bilidade Fiscal (LRF), prin­ci­pal­men­te aque­les lo­ca­li­za­dos no Norte e Nordeste. O es­tu­do da CNM apon­tou ainda que o nú­me­ro de mu­ni­cí­pios que ul­tra­pas­sam o li­mi­te da lei pas­sa­rá de 103 para 130. A con­fe­de­ra­ção ainda prevê a pos­si­bi­li­da­de de de­mis­sões ou re­du­ção dos cus­tos em ser­vi­ços pú­bli­cos para con­se­guir aguen­tar o au­men­to do mí­ni­mo.
Para o co­mér­cio va­re­jis­ta, o au­men­to do sa­lá­rio mí­ni­mo só cau­sa­rá efei­tos po­si­ti­vos. “Não ha­ve­rá in­ge­rên­cia no piso sa­la­rial dos fun­cio­ná­rios, que é um valor acima do mí­ni­mo. Passará des­per­ce­bi­do pela folha de pa­ga­men­to”, ex­pli­cou o pre­si­den­te da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), Silvio Vasconcelos. O in­cre­men­to nas fo­lhas de pa­ga­men­to só irá mo­vi­men­tar mais as ven­das no co­mér­cio. “É bom para o co­mér­cio, pois há uma maior cir­cu­la­ção da moeda e, prin­ci­pal­men­te, au­men­ta­rá as ven­das”, com­ple­tou.

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