sexta-feira, 8 de maio de 2009

País quer zerar fila de transplante de córnea

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou um desafio ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Zerar a fila de transplantes de córnea em todo o País até 2010. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 20 mil pessoas esperam pela cirurgia no Brasil. Cerca de mil pacientes estão inscritos nas centrais estaduais e regionais de transplantes.

Em Pernambuco, a lista conta com 1.070 pessoas, segundo a Central de Transplantes. A espera para ser operado varia de acordo com o estado do paciente. “Tem casos que aguardam apenas dois meses, mas existem outros que podem chegar até um ano de espera”, disse a coordenadora da Central, Zilda Cavalcanti.

Segundo o responsável técnico pela equipe de transplante de córnea do estado de Pernambuco, o oftalmologista Fernando Cunha, a lista já chegou a ter mais de três mil inscritos. “Foi feito um recadastramento com todos os pacientes e conseguimos enxugar a lista”, explicou o médico. O que acontecia, de acordo com Fernando, era que os médicos registravam o paciente apenas para garantir uma vaga, prevendo uma cirurgia no futuro. “Vamos dar prioridade às pessoas que realmente necessitam do transplante com urgência”, ressaltou.

O estado de São Paulo a fila de espera já foi zerada. Pernambuco tem condição e estrutura para seguir no mesmo caminho. São nove unidades de transplantes e dois bancos de olhos, inclusive no interior, nas cidades de Caruaru e Petrolina. “A previsão para este ano é que sejam realizadas 700 cirurgias”, afirmou Fernando. A abordagem familiar geralmente é dolorosa, mas por outro lado existe a receptividade por parte da maioria das famílias. “A população precisa se conscientizar da importância de fazer a doação”, lembra o oftalmologista.

O Brasil tem o maior programa público de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. No ano passado foram realizados 19.125 procedimentos, dos quais 12.825 (67%) correspondentes aos transplantes de córneas. Pernambuco realizou 632 cirurgias, em 2008. Até fevereiro deste ano, já foram feitos 95 procedimentos cirúrgicos.

O processo de captação do tecido pode ser realizado em qualquer lugar. Não é necessário limite de idade para ser doador. O profissional pode realizar a retirada da córnea até seis horas depois que for detectada a parada cardíaca. O transplante pode ser feito em até 14 dias. Para se cadastrar na Central de Transplantes ou solicitar a captação, o interessado pode ligar para 0800-281-2185. A ligação é gratuita.

Cirurgia – O especialista em transplante de córnea, Fernando Cunha, explica que o processo é simples, rápido e seguro. “O paciente retorna para casa no mesmo dia, sem precisar de internação, salvo alguns casos especiais”, afirmou. Sobre a rejeição, o médico explicou que isso não é o principal problema. “O paciente sempre vai precisar usar óculos ou lentes de contato. O que não significa perder o transplante”, lembrou. A tecnologia avançada e o uso de equipamentos cada vez mais modernos tornaram-se aliados quando se fala em recuperação da visão. “As técnicas médicas têm evoluído para a garantia de melhores resultados”, destacou Fernando.

Por Edilson Segundo, do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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