domingo, 3 de maio de 2009

Espetáculo circense: Gripe suína é perigosa, mas viver em PE é muito mais




Do Blog Acerto de Contas

Desde o surgimento do novo terror de 2009, a “gripe suína”, 16 pessoas morreram. Foram 15 no México e 1 nos Estados Unidos. Neste mesmo período foram assassinadas pelo menos 200 pessoas em Pernambuco. E ninguém fala absolutamente nada. Desde quinta-feira, foram mortas 18 pessoas, segundo o PE Body Count.

Ontem o correspondente da Rede Globo nos EUA, Jorge Pontual, desmoralizou completamente a mídia e a loucura coletiva, na Globo News. Em entrevista, disse logo, ”este vírus não é como da gripe espanhola, completamente letal, ou coisa parecida”. “Só para ter uma idéia, a gripe normal mata 36 mil pessoas só nos EUA. No mundo mata 500 mil pessoas por ano”, assinala Pontual. (ver vídeo acima)

Para aumentar o enlouquecimento coletivo, em sua grande maioria proporcionado pela mídia, o Governo de Minas Gerais decretou estado de emergência. Aí o secretário anunciou a compra de 6 milhões de máscaras. Isso mesmo, 6 milhões de máscaras. Isso porque havia uma suspeita em Belo Horizonte, que já descobriram que estava com uma gripe qualquer.

Vocês se lembram do episódio da chegada da cólera em Pernambuco?

A CPRH determinou fechamento das praias para banho, o que levou o Governador à época, Joaquim Francisco, à loucura. Para provar que não havia perigo, Joaquim levou seu secretariado para um banho na praia de Boa Viagem. Hoje seriam comidos pelo tubarão.

Claro que não havia o menor perigo, mas deixou claro o despreparo do Poder Público para estas coisas.

Para ver a diferença de preparo, enquanto o Governo de MG compra 6 milhões de máscaras, Barack Obama disse que estão alertas, mas que não há o menor motivo para pânico. Isso porque os EUA estão, junto com o México, no foco da crise.

Alguém de bom-senso avisou a ele que a malária mata 1 milhão de pessoas por ano, e a gripe normal mata metade disso.

Enquanto isso a economia mexicana vai sendo destruída, os vôos ficam vazios, as escolas paralisam suas atividades, e ninguém quer andar no meio da multidão.

Que o surgimento de uma nova doença é caso para preocupação, não resta dúvidas. Mas daí a transformar isso em um escabroso espetáculo circense é irresponsabilidade coletiva.

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