sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mais do mesmo - Educação: com salários baixos e gestão inadequada, o resultado será sempre ruim

Do Blog Acerto de Contas

Meu amigo Bahé colocou em outro post a cobrança do Sintepe para o pagamento do reajuste do piso nacional dos professores. De acordo com a Lei, o novo piso passaria a ser R$ 1.132,40, e não mais R$ 950,00.

Já falei anteriormente da impossibilidade de qualquer assunto referente à qualidade dos professores com os salários que estão pagando.

O aumento salarial dos professores em relação ao que se pagava pode ser percentualmente elevado, mas isso não diz muita coisa. A realidade é que o salário dos professores é uma miséria.

Por outro lado, o corporativismo da categoria é um entrave a qualquer melhoria em termos de gestão. O projeto desenvolvido por Marcos Magalhães em algumas escolas de ensino médio é a exceção a este modelo. E mesmo assim, só ele sabe das dificuldades de implantação nas escolas de Pernambuco.

O resultado disso é o professor disputando para sair da sala de aula, e ficarem amontoados nas Geres e no prédio da Secretaria, ou ainda nas bibliotecas das escolas.

A desculpa é que não há possibilidade de melhorias significativas em função da quantidade de professores, mas se verificarmos os que realmente estão em sala de aula, vamos ver que gira em torno de 30.000 (isso com os inativos que ficaram em sala de aula).

É verdade que a Secretaria de Educação vem se esforçando, com programas interessantes (como o do notebook), mas se o Secretário não conseguir colocar a Educação na pauta do Governo, tudo isso será em vão. O Governo Jarbas (me incluindo no fiasco), Arraes e Joaquim não deram prioridade a isso, e o resultado é o desastre que temos nos resultados de avaliação todos os anos.

A mistura péssima gestão escolar/salários indignos levou a educação do Brasil ao que temos aí. Aumentar o salário não melhora imediatamente a qualidade do ensino, mas no longo prazo pode mudar o perfil da categoria. Além disso, algum ganho por resultados não faria mal a ninguém.

Durante os últimos 10 anos, alguns órgãos e categorias privilegiadas simplesmente sugaram todos os recursos disponíveis do Estado. TCE, ALEPE, TJPE e Ministério Público representam 17,11% da folha do Estado, e para as categorias-fim sobrou muito trabalho e pouco dinheiro.

O resultado de anos de distorção é este: quem audita ou julga ganha muito, quem produz ganha muito pouco.

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