A discussão entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa durante sessão na quarta-feira ainda repercute nesta quinta.
Para o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, o episódio " notadamente de caráter pessoal", desgasta o Poder Judiciário e desestimula o cidadão a ir à Justiça lutar por seus direitos. "Se a sociedade não acredita no Judiciário, fica desestimulada na luta pela conquista de direitos e, descrente na Justiça, passa a praticar a vingança privada", disse ele em nota.
Cezar Britto disse considerar lamentável que os dois ministros do STF, "que deveriam dar o exemplo", briguem publicamente e não compreendam que, ao levar questões pessoais à sessão plenária, deixam a instituição vulnerável.
O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, por sua vez, afirmou que o episódio "de xingamentos e bate-boca" não pode descambar em uma crise.
- Os ministros são pessoas adultas, que têm responsabilidade com o país e sabem que devem honrar as funções que desempenham. Os ministros não são obrigados a se gostar, mas têm que se respeitar em nome da instituição que representam.
O presidente da OAB-RJ disse esperar que os próprios ministros resolvam seus conflitos e não permitam que as desavenças pessoais e suas discussões, "fundadas em adjetivações", se revertam em crise institucional.
Gilmar minimiza o episódio
O presidente do STF minimizou nesta quinta-feira a repercussão da briga pública. Segundo Gilmar, “não há crise” institucional.
- Sobre isso não vamos falar, está superado. O tribunal já manifestou. Não há crise, não há arranhão – disse Gilmar Mendes.
Da Agência O Globo
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