sábado, 31 de janeiro de 2009

População espera horas para ser atendida na central da Receita Federal do Recife

Filas enormes, atendimento lento, pouca informação, falta de água para beber e gente desmaiando. Esse foi o quadro do Centro de Atendimento da Receita Federal no bairro do Recife Antigo, nesta sexta-feira. As pessoas que precisaram regularizar CPF, tirar certidão negativa, parcelar débitos ou executar qualquer outro serviço oferecido pela Receita precisou de muita paciência para conseguir uma senha de atendimento.

Muita gente chegou entre 4h e 6h para poder conseguir garantir o atendimento. Rosângela Oliveira, de 44 anos, foi uma delas. Ela chegou na frente da Receita por volta das 4h. "Eles afirmaram que para tirar a certidão negativa de débito, as senhas só seriam retiradas às 13h. Vim muito cedo porque me alertaram sobre as condições de atendimento. Para confirmar, às 6h30 já tava cheio de pessoas para pegar as senhas às 13h”, declarou. Apesar de ter conseguido a senha, Rosângela ainda não tinha sido atendida até as 15h30. “Ainda nem almocei para não perder a vez”, lamentou.

Quem também perdeu um dia inteiro para resolver a situação na Receita Federal foi a estudante Andréa Nascimento, de 24 anos. “Quero tirar uma certidão negativa de débito. Vim ontem (quinta-feira) às 12he a fila já estava enorme, mesmo assim tentei. O problema foi que só distribuíram 25 senhas e todas elas para idosos. Hoje cheguei às 7h e consegui pega r a senha às 13h30. São várias horas para pegar a senha e mais outras várias para ser atendida. É um absurdo e uma falta de respeito com a população”, reclamou.

Algumas pessoas chegaram cedo e levaram um banquinho para sentar enquanto esperavam cerca de seis horas para pegar a senha. “Um senhor levou o banco, mas quando armou para sentar o segurança mandou ele recolher porque não admitiam bancos na frente da Receita. Uma mulher desmaiou porque não aguentou esperar e que foi levada ao hospital. tudo aconteceu por aqui", disse Rosângela Oliveira.

Além da lentidão no serviço, muitas pessoas reclamam que elas são tratadas de forma mal educada pelos funcionários. “As pessoas não dão informações com educação e muitas terminam discutindo. Não temos nem água para beber. Passamos o dia todo aqui e não temos nem como sair, pois quando alguém sai e volta pode ter perdido o lugar na fila”, afirmou a doméstica Marta Andrade, de 39 anos. Ela chegou na fila de 6h e às 15h30 ainda não tinha sido chamada.

O delegado adjunto da delegacia da Receita Federal no Recife, Alexandre Rego, reconhece que o atendimento é precário. Ele afirma que existem pelo menos três fatores que contribuíram para a aglomeração de pessoas nas filas durante todo o mês de janeiro.

“O primeiro fator é que o mês de janeiro tem sempre alguns funcionários de férias e por isso nosso efetivo fica menor. Depois muitas pessoas poderiam resolver os problemas pela internet e mesmo assim continuam vindo para a central. Terceiro que nesta sexta terminaria o prazo para as empresas se inscreverem no Simples Nacional. Estendemos o prazo para o Simples até o dia 20 de fevereiro, mas mesmo assim temos problemas”, afirmou.

Outro motivo para a lentidão do atendimento é que com a junção da antiga receita com a previdência (arrecadação) o espaço físico ficou diminuto. “Dividimos as duas equipes para trabalharem das 7h às 13h e das 13h às 19h. O problema é que muita gente que vai ser atendido apenas no turno da tarde chega de madrugada para ficar na fila. A gente avisa o procedimento correto, mas eles continuam chegando cedo”, disse Alexandre Rego.

Para tentar diminuir o número de pessoas na fila de atendimento da central, muitos serviços estão sendo disponibilizados na internet. Outra solução seria a ida da Central de Atendimento para um local maior, o que não parece possível. “Esse é um assunto demorado. Para se ter uma idéia, a delegacia de Natal começou a brigar por um novo prédio em 1992 e apenas em dezembro do ano passado ele foi licitado para começar a construir neste ano. Estamos correndo atrás, mas é um processo lento”, argumentou o delegado.

Alexandre Rêgo ainda fez um pedido para as pessoas que precisam resolver pendências com a Receita. “Antes de enfrentar as filas da central, todos podem podem tentar resolver a pendência pelo site ou pegar informações no telefone 146, que é da Receita e gratuito”.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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