Foi oficialmente confirmado nesta segunda-feira o primeiro caso de infecção por micobactéria no estado. A notificação foi feita pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). Um homem de 43 anos, cujo nome não foi divulgado, está infectado, mas passa bem. O registro ocorreu em um hospital particular do município de Petrolina, no Sertão, a cerca de 750 quilômetros do Recife. A micobactéria provoca lesões na pele e abscessos.
Apesar de o caso ser tratado com o primeiro ocorrido em Pernambuco, extra-oficialmente já havia registros da infecção pelo microorganismo. De acordo com o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Edmundo Ferraz, pelos menos outros vinte casos já foram detectados em pacientes no estado nos últimos dois anos.
O paciente dignosticado com a infecção fez uma cirurgia de vesícula em outubro do ano passado. As feridas da fase pós-operação não cicatrizavam. O fato o levou a procurar os médicos para saber o que estava ocorrendo. Após vários exames foi detectado a presença da micobactéria. O homem está em casa sob tratamento à base de antibióticos.
Técnicos da Apevisa estão vistoriando neste momento dois hospitais particulares de Petrolina para apurar o caso. Segundo informações, caso necessário, a equipe permanecerá no local.
A maioria dos casos de micobactéria no Brasil ocorreu em hospitais particulares. Foram mais de dois mil registros da infecção desde do ano 2000.
A transmissão se dá quando não é limpa adequadamente a cânula – tubo de metal, plástico ou borracha – utilizado em operações.
Entenda o problema
- Infecções por micobactérias de crescimento rápido podem envolver qualquer sistema do corpo humano, órgão ou tecido. É mais freqüente ocorrer na pele ou na área subcutânea (abaixo da pele)
- O diagnóstico é feito por meio de análise microbiológica de tecidos e secreções
- O grupo Mycobacterium chelonae-abscessus é responsável por cerca de 95% das infecções cutâneas disseminadas, causadas por micobactéria de crescimento rápido
- Ao contrário dos pacientes com infecção localizada, aqueles que apresentam infecção disseminada apresentam múltiplos e pequenos abscessos dolorosos, entre outras manifestações
Fonte: Anvisa e o artigo Micobactéria de Crescimento Rápido - MRC, da Profª. Drª Sylvia Lemos Hinrichsen, publicado em Prática Hospitalar, ano IX, n°53, set-ou/2007
Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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