sexta-feira, 26 de junho de 2009

Greve tem adesão pequena, mas provoca tumultos

A primeira manhã dos pernambucanos após a deflagração da greve de motoristas e cobradores de ônibus foi relativamente tranqüila. Com 60% dos veículos circulando (segundo informações do Consórcio Grande Recife), a população teve mais dificuldades no início do dia, quando foram registradas pequenas confusões e ônibus lotados em alguns terminais. Com o passar das horas, a situação foi normalizando, e os passageiros não encontraram tantas dificuldades para utilizar o serviço. Segundo o Consócio, por volta das 10h30, 77,4% da frota já estava na ativa. Ainda assim, a impressão ao andar nas ruas da cidade era que, no máximo, 50% da frota estava circulando. O que dá um número de cerca de 1170 ônibus nas ruas.

O Consórcio registrou, até às 11h desta sexta-feira, apenas um ato de vandalismo contra ônibus da empresa. O fato aconteceu no inicio da manhã na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. Porém, por volta das 10h45, outro coletivo foi atingido por uma pedrada. Segundo o motorista, que não quis se identificar, duas pessoas entraram no ônibus na rua Araripina, Santo Amaro, mesma via em que se localiza o Sindicato dos Rodoviários, se passando por passageiros, obrigaram o condutor a entregar as chaves do veículo, empurram ele e o cobrador para fora do carro e ainda jogaram uma pedra no para-brisas. O ônibus era da linha Circular Prefeitura, da empresa Caxangá. Por medo de retaliações, o motorista não deu queixa na polícia.

No início da manhã, a Avenida Boa Viagem era o corredor mais complicado para quem dependia de ônibus. Isto porque, a principal empresa que atende a via - a Borborema - estava com apenas 10% da frota nas ruas. O total de coletivos da empresa é de 402. No final da manhã, contudo, 54% da frota já estava circulando. O supervisor de tráfego da Borborema, Josemar José da Hora, afirmou que o aumento ocorreu depois de negociações com os funcionários. “As pessoas estão chegando aqui e nós chamamos pra conversar e mostramos que os maiores prejudicados eram os usuários. Ou seja, a própria família dos motoristas e cobradores também está esperando nas paradas”.

E para quem queria chegar em Boa Viagem, a situação também era caótica até o final desta manhã. Na Estação Joana Bezerra, no bairro de mesmo nome, os passageiros que queriam pegar a linha Joana Bezerra/Boa Viagem desistiram até de formar uma fila devido ao grande número de pessoas que queria, de todo jeito, pegar os poucos coletivos que estava fazendo a linha. Até passageiros subindo pelas janelas era possível encontrar. Um dos supervisores do local, que não forneceu seu nome, afirmou que apenas ¼ da frota estava circulando. Ou seja, enquanto em dias normais cada ônibus chega na estação com intervalos de cinco minutos entre si, nesta sexta-feira, os intervalos foram de até 30 minutos.

A falta de ônibus provocou ainda um aumento no número de carros nas ruas da Região Metropolitana do Recife (RMR). Quem precisou transitar pela Avenida Norte das 7h às 9h da manhã enfrentou um tráfego intenso, principalmente no trecho próximo a Encruzilhada. Já os motoristas que preferiram passar pela Avenida Caxangá enfrentaram quase cinco quilômetros de congestionamento por volta das 10h. O trânsito estava parado desde a Exposição de Animais, no Cordeiro, até o Clube Internacional do Recife, na Madalena.

Apesar das confusões, os taxistas não tiveram resultados melhores hoje. Moisés da Silva, que começou a rodar às 8h, uma hora mais cedo que seu horário normal, tinha feito apenas uma corrida até às 11h. O posto dele fica em frente ao Bompreço da Avenida Domigos Ferreira, um dos principais pontos atingidos pela paralisação e, mesmo assim, as viagens não tiveram aumento. “Tem muito táxi na rua, mas o que estou percebendo é que a greve está furada”.

Da Redação Do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

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