quinta-feira, 1 de maio de 2008

Brasil está longe de atingir metas para educação

O Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiram e não estão perto de atingir as metas do movimento Educação para Todos (EPT) até 2015, prazo acordado na Conferência Mundial de Educação em Dacar, Senegal, em 2000, que reuniu 164 países. Esta e outras informações sobre a posição do Brasil no cumprimento das Metas de Ação de Dacar estão no Relatório de Monitoramento Global 2008, e que tem estudo específico sobre o Brasil, lançado nesta quarta-feira em Brasília.

De acordo com o relatório, o Brasil está numa posição intermediária, o que significa que as taxas de participação na educação primária do país são freqüentemente altas, mas a baixa qualidade da educação e baixos níveis de alfabetismo em adultos fazem com que o valor do Índice de desenvolvimento da Educação para Todos caia.

O relatório específico com os dados sobre o Brasil foi elaborado este ano pelo escritório da Unesco no Brasil e examina as desigualdades educacionais existentes, mencionando quem são e onde estão os excluídos da educação brasileira. O trabalho faz também considerações sobre as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado sem sintonia com a Declaração Mundial de Educação para Todos.

O relatório avaliou o progresso do Brasil nos seis objetivos traçados pelo movimento há oito anos. São eles: expandir e melhorar atendimento e educação para a primeira infância; fornecer educação primária universal gratuita e obrigatória até 2015; eqüidade de acesso a programas de aprendizagem e de habilidades para a vida; melhorar em 50% as taxas de alfabetização de adultos; eliminar disparidades de gênero em educação primária e secundária até 2005 e em todos os níveis até 2015, e melhorar todos os aspectos de qualidade na educação.

Baixa qualidade da educação é uma questão global

O relatório enfatizou que a baixa qualidade da educação é uma questão global que está recebendo uma crescente atenção política. Entre os países em desenvolvimento em especial, o desafio de melhorar a qualidade do ensino perpassa por questões como as altas taxas de evasão, baixo desempenho dos alunos e a falta de professores.

Para lidar com o aumento de matrículas, a maioria das regiões em desenvolvimento enfrenta a necessidade de contratar novos professores. No total, o mundo necessitará de 18 milhões de novos professores para a educação primária até 2015. O relatório também identificou que governos também estão negligenciando a alfabetização para adultos: no mundo inteiro, 774 milhões de adultos – quase 1 em 5 – carecem de habilidades básicas de leitura e escrita.

A maioria dos países que atingiram as metas do Educação para Todos, ou que estão perto disso estão localizados na América do Norte e Europa, mas essa categoria também inclui a Argentina, Brunei Darussalam, Bahrain, México e a República da Coréia. A Noruega se encontra no topo do Índice de Desenvolvimento do Educação para Todos, seguida pelo Reino Unido, Eslovênia, Suécia, República da Coréia e Itália.

O Relatório de Monitoramento Global do EPT é uma publicação anual preparada por uma equipe independente da Unesco.

Da Agência O Globo

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